Ministério da Saúde inicia envio das doses contra o VSR para proteger bebês e reduzir hospitalizações por bronquiolite
Foto: freepik A vacina bronquiolite no SUS começou a chegar aos estados brasileiros após a compra de 1,8 milhão de doses pelo Ministério da Saúde. O primeiro lote, com 673 mil doses, já está sendo distribuído e a aplicação será imediata assim que as unidades de saúde receberem o imunizante. A campanha deve ocorrer ao longo de todo o mês de dezembro.
O investimento anunciado pelo governo é de R$ 1,17 bilhão, e a estratégia foca na proteção de recém-nascidos durante os primeiros meses de vida — período em que o risco de complicações causadas pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR) é maior.
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A vacina passa a integrar o Calendário Nacional de Vacinação da Gestante e será aplicada a partir da 28ª semana de gravidez. A recomendação é dose única a cada nova gestação, sem limite de idade para a mãe.
O objetivo é alcançar pelo menos 80% do público-alvo, garantindo proteção imediata aos bebês menores de seis meses — justamente os mais vulneráveis às formas graves de bronquiolite.
Estudos, como o Estudo Matisse, mostraram que a imunização materna reduziu em 81,8% os casos de doença respiratória grave por VSR nos primeiros três meses de vida.
O Vírus Sincicial Respiratório é responsável por:
75% dos casos de bronquiolite em crianças pequenas;
40% das pneumonias em menores de dois anos.
Somente em 2025, o Brasil registrou 43,1 mil casos de SRAG associados ao VSR. Desse total, mais de 35,5 mil hospitalizações ocorreram em crianças menores de dois anos — um dado que reforça a importância da vacinação.
Como não existe tratamento específico para a bronquiolite viral, médicos utilizam apenas medidas de suporte, como:
oxigênio suplementar,
hidratação,
broncodilatadores (quando há chiado),
acompanhamento constante.
Um dos pontos mais importantes do anúncio é a nacionalização futura da vacina. Por meio de um acordo entre o Ministério da Saúde, o Instituto Butantan e o laboratório fabricante, o Brasil vai receber a transferência de tecnologia do imunizante.
Isso permitirá que a vacina, que na rede privada pode custar até R$ 1.500, seja produzida no país e oferecida gratuitamente pelo SUS, garantindo autonomia e acesso contínuo para a população.
Segundo o ministro Alexandre Padilha, todas as gestantes serão chamadas para se vacinar já a partir de dezembro, reforçando a proteção dos bebês antes mesmo do nascimento.
As unidades de saúde devem aproveitar o contato com as gestantes para atualizar todo o calendário vacinal. A vacina contra o VSR pode ser aplicada no mesmo dia que a vacina da gripe (influenza) e da covid-19, sem prejuízo à eficácia ou segurança.
O país registrou, em 2025, aumento na cobertura de 15 das 16 vacinas do calendário oficial. A retomada do Programa Nacional de Imunizações, a garantia de doses e campanhas como o Dia D contribuíram para o crescimento.
Destaques:
mais de 1,2 milhão de doses aplicadas em estudantes,
7 milhões de doses durante a multivacinação,
cobertura preliminar de 91,8% da primeira dose da tríplice viral,
manutenção do status de país livre do sarampo, reconhecido pela OMS