Nilsinho Coelho (PP) afirma que o montante seria usado para pagar funcionários de sua empresa; Polícia Civil investiga o caso
O candidato a vice-prefeito de Laguna Nilsinho Coelho (PP) se manifestou em suas redes sociais na noite desta sexta-feira, dia 4, após ser abordado com dinheiro no carro durante a Operação Tempus Veritatis, deflagrada pela Polícia Civil para apurar esquema de corrupção eleitoral no município.
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Candidato a vice-prefeito é conduzido à delegacia com dinheiro no carro em Laguna
Segundo a polícia, o candidato foi abordado em um veículo com dois malotes contendo R$ 18 mil em espécie, além de material de campanha. As evidências sugerem que esse dinheiro seria usado para a compra ilegal de votos.
Em vídeo, Nilsinho alega que é do ramo da construção civil e que estava indo pagar os funcionários. “Fui hoje apreendido e tratado como um bandido com R$ 18 mil em espécie, indo pagar meus funcionários. É um terço da minha folha que eu pago para eles. Quero dizer que tem muito funcionário meu esperando esse dinheiro chegar para poder cumprir meus compromissos”, afirmou em vídeo.
Nilsinho também diz que a ação trata-se de jogo político. “Pra minha surpresa tive meu celular apreendido sem nenhum mandado de busca, uma total covardia, é jogo político, vão ter que provar, isso não me abala”, complementa.
De acordo com a Polícia Civil, a operação, conduzida pela Divisão de Investigação Criminal (DIC) de Laguna em conjunto com a Delegacia de Combate à Corrupção (DECOR/SUL), a Delegacia de Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso (DPCAMI) e a Delegacia de Polícia da Comarca (DPCO) de Laguna, visa desarticular um sofisticado esquema de corrupção eleitoral envolvendo a compra de votos no município.
Operação Tempus Veritatis
A primeira fase da operação teve como alvo um sítio pertencente a um ex-agente público de Laguna, local que, segundo as investigações, era utilizado para ocultar expressivas quantias em dinheiro destinadas à cooptação ilícita de eleitores para um determinado partido político.
Os agentes conseguiram identificar candidatos, agentes públicos e até mesmo policiais supostamente envolvidos no esquema criminoso. Durante as buscas no sítio, foram apreendidos documentos cruciais que apontam para a possível prática de corrupção eleitoral, incluindo envelopes com valores anotados e listas contendo informações nominais de possíveis eleitores aliciados.
A equipe da DIC intensificou o monitoramento dos veículos suspeitos de serem utilizados na distribuição ilegal de dinheiro nessa última semana. Em uma ação conjunta com a DECOR/SUL, dois veículos – já alvos dessas denúncias por distribuição indevida de dinheiro em troca de votos - foram abordados simultaneamente.
Em um dos carros, os policiais encontraram um candidato a vice-prefeito acompanhado por um policial. O mais alarmante, segundo a polícia, foi a descoberta de dois malotes contendo R$ 18 mil em espécie, além de material de campanha. As evidências sugerem que esse dinheiro seria usado para a compra ilegal de votos.
O segundo veículo, conduzido por um funcionário comissionado de um deputado estadual, também transportava uma quantia em dinheiro, material de campanha e um simulacro de arma de fogo.
O delegado Bruno Fernandes, coordenador da operação na DIC de Laguna, ressaltou a importância da ação. "A Polícia Civil é, acima de tudo, uma instituição comprometida com o Estado Democrático de Direito. Nossa missão é garantir que o processo eleitoral ocorra de forma justa e transparente, livre de influências criminosas que possam comprometer a vontade popular”, afirma.
O delegado Ricardo Kelleter, da DECOR/SUL, que trabalhou em conjunto na operação, acrescentou: "Esta ação demonstra que a corrupção eleitoral não será tolerada em Santa Catarina. Estamos determinados a investigar e responsabilizar todos os envolvidos, independentemente de sua posição ou influência."
Todos os envolvidos, incluindo os policiais implicados no esquema, já foram devidamente identificados. As investigações continuam em andamento na sede da DIC, sob a liderança do delegado Bruno Fernandes.