Polícia cogita suicídio. Família pede justiça e acredita na possibilidade de homicídio. Investigação está sob análise do poder judiciário
Era cerca de 12h20 de uma segunda-feira. O ovo estava batido no prato, pronto para fritar. O almoço estava feito à espera do jovem de 18 anos. Ao chegar em casa, ele encontrou a mãe caída na área, com um dos braços esticados e uma arma na mão.
Em choque, o jovem ligou para tia pedindo ajuda e acionou o socorro. Quando o Samu chegou, constatou que Marlene Della Justina Destro, de 61 anos, estava morta, com ferimentos de três tiros, um no ombro, um no peito e outro no pescoço.
O óbito foi registrado no dia 12 de junho de 2023, na localidade de Vargem Grande, em Lauro Müller. Um ano e dois meses depois, a família de Marlene vive a angústia de não saber a real causa da morte.
Nos últimos dias, filhos e familiares se mobilizaram para buscar respostas e cobrar o desfecho do caso.
De acordo com a filha da vítima Joice Destro, a polícia cogita que tenha sido um suicídio. “A arma era uma 32 antiga do nosso falecido pai, que meu irmão guardava de recordação. Ela nunca tinha colocado a mão em uma arma, e meu irmão sempre deixava ela descarregada. Íamos na delegacia toda semana, investigador falou pra nós no começo que isso nem em filme acontece, que não podia ter sido ela. Depois de algumas semanas, meses, começou a nos receber não muito bem, e falando que tinha chance de ter sido suicídio, que estavam investigando ainda. Está no terceiro delegado, há duas semanas quando fui lá, ele disse que queria muito resolver, mas não há provas, então me pediu desculpas. Achei um absurdo. A gente sabe que não foi ela, e precisamos de justiça!”, conta Joice.
Familiares chegaram a gravar um vídeo com depoimentos sobre o perfil de Marlene, e não acreditam na possibilidade de ter sido suicídio, até pelo fato da constatação dos três disparos de arma de fogo encontrados em diferentes lugares do corpo de Marlene. A família pede respostas e acredita que tenha sido um homicídio. Assista:
Resultado da investigação inconclusiva está sob análise da Promotoria de Justiça
O delegado Flávio Lima e Silva Júnior, responsável pela delegacia de Lauro Müller, afirma que a investigação foi concluída em julho deste ano, porém, sem uma causa exata da morte de Marlene Della Justina Destro.
O inquérito foi encaminhado ao poder judiciário e está pendente de análise pelo Ministério Público. Conforme o delegado, desde o dia do ocorrido, a Polícia Civil iniciou as investigações, porém, não encontrou elementos que comprovassem um homicídio.
“Ela foi encontrada no pátio da casa com três ferimentos provocados por disparos de arma de fogo. A arma utilizada seria um revólver que pertencia a própria família. Na casa não havia sinais de luta, nem de invasão. Na época foi feita a perícia no local e iniciou-se a investigação. O filho não relatou nenhuma existência de inimigos, havia dinheiro na casa e não foi levado. A perícia não foi conclusiva no sentido de apontar se houve um homicídio ou suicídio, inclusive, o perito foi bem enfático afirmando sobre a possibilidade do suicídio. A investigação prosseguiu. Não logramos êxito em concluir nem homicídio, nem suicídio. Não havia sinais indicativos de homicídio, mas trabalhamos com todas as possibilidades até o final da investigação”, explica o delegado.
Ele ressalta que foram ouvidas cerca de 15 a 20 pessoas e até o momento não obtiveram nenhum elemento que confirmasse um homicídio. O caso segue sob análise da promotoria de justiça.