Investigação iniciou com denúncias de que pessoas estavam procurando atendimento médico após ingestão da substância sem registro na Anvisa
Uma mulher de 33 anos foi indiciada pela venda de produtos emagrecedores ilegais, sem registro na Anvisa, em Lauro Müller.
Segundo a Polícia Civil, a investigação iniciou em junho, a partir de denúncia informando que algumas pessoas teriam procurado atendimento médico após ingerir substância para emagrecimento. A mulher estava comercializando produtos, prometendo que os consumidores alcançariam a perda de peso, sem contraindicações, por se tratar de “produtos fitoterápicos”.
Após a devida autorização judicial, ocorreram buscas na residência da investigada, quando foram localizados e apreendidos dezenas de frascos de substância intitulada “Slim Shape”, em diversas versões, que continham capsulas com conteúdo ignorado.
Também foram apreendidos outros produtos de origem desconhecida, frascos vazios, rótulos e anotações sobre vendas dos produtos. A operação foi acompanhada por servidoras da Vigilância Sanitária, as quais confirmaram a irregularidade da manipulação e o comércio dos produtos.
O material apreendido foi encaminhado à Polícia Científica, onde foi submetido à perícia que constatou a inexistência de informações sobre a origem dos produtos, bem como a presença de substâncias controladas, conforme Portaria SVS/MS n. 344/98, sendo Bupropiona (medicamento usado para tratar transtornos psiquiátricos e para tratar dependência à nicotina), Sibutramina (medicamento indicado para auxiliar na perda de peso em obesos), Fluoxetina (medicamento usado para tratar diversos transtornos psiquiátricos), e Amitriptilina (antidepressivo).
O consumo de tais substâncias apresenta risco à saúde em tais circunstâncias, carecendo de prescrição médica.
Substância apresentam riscos à saúde
Também foram detectadas a presença de outras substâncias como Cafeína (estimulante), Hidroclorotiazida (medicamento utilizado no tratamento de hipertensão arterial e inchaço proveniente de retenção de água), Bisacodil (medicamento utilizado como laxante para tratamento de constipação intestinal) e Furosemida (diurético de alça usado para tratar hipertensão e edema em insuficiência cardíaca congestiva, cirrose hepática, doença renal e hipertensão).
Os indícios apontam que a investigada adquiria a matéria prima por meio da internet e acondicionava em frascos. Após, comercializava os produtos em Lauro Müller e outras cidades, com remessa por serviço de entrega.
A indiciada pode cumprir pena de até 20 anos de prisão. O resultado da investigação será compartilhado com o Ministério Público, para análise sobre a viabilidade de ingressar com a respectiva ação penal, possibilitando a responsabilização criminal da indiciada.