Onze mandados de prisão preventiva, cinco de suspensão do exercício das funções públicas e 63 de busca e apreensão estão em cumprimento em Santa Catarina, no Rio Grande do Sul e Brasília
Na manhã desta quarta-feira, dia 19, o Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (GAECO) e o Grupo Especial Anticorrupção (GEAC), em apoio à investigação conduzida pela Subprocuradoria-Geral de Justiça para Assuntos Jurídicos do Ministério Público de Santa Catarina, deflagraram a segunda fase da operação "Fundraising".
A operação busca desarticular possível organização criminosa, capitaneada por grupo empresarial, suspeita de praticar ilícitos contra a Administração Pública, especialmente o desvio de recursos públicos e fraudes em licitações, e que, em suas ações, estaria buscando recrutar agentes públicos e particulares com o fim de obter ganhos ilícitos em prejuízo ao patrimônio público.
De acordo com a investigação, o grupo criminoso atuaria com a finalidade de direcionar processos licitatórios em diversos municípios do Estado. Sob o pretexto de prestar serviços de consultoria e de assessoramento para captação de recursos públicos, buscava firmar contratos públicos sem que houvesse necessariamente a comprovação de qualquer atividade, mas que serviria de subterfúgio para que servidores públicos, assim como agentes políticos e particulares, auferissem ganhos ilícitos por meio do recebimento de vantagens indevidas.
O cumprimento dos 11 mandados de prisão preventiva, dos cinco de suspensão do exercício das funções públicas e dos 63 de busca e apreensão, expedidos pela Quarta Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC), concentra-se em 23 municípios catarinenses, em um município do Rio Grande do Sul e em Brasília/DF.
O prefeito de Cocal do Sul, Fernando de Fáveri, está entre os presos na Operação "Fundraising". Além do prefeito, um servidor responsável pelo setor de compra da prefeitura, também foi conduzido pela polícia.
A operação conta ainda com o apoio técnico das Polícias Penal e Científica de Santa Catarina, da Polícia Rodoviária Federal e do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina, além da Polícia Civil do Distrito Federal, por meio da Delegacia de Combate à Corrupção (DECOR/PCDF), e do GAECO e Centro de Produção, Análise, Difusão e Segurança da Informação - CI do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT).
A investigação prossegue em segredo de justiça.
De acordo com informações do site 4Oito, estão envolvidos na operação:
Fernando de Faveri Marcelino (MDB) - Prefeito Municipal de Cocal do Sul (prisão)
Clori Peroza (PT) - Prefeita Municipal de Ipuaçu (prisão)
Marcelo Baldissera (PL) - Prefeito Municipal de Ipira (prisão)
Mário Afonso Woitexem (PSDB) - Prefeito Municipal de Pinhalzinho (prisão)
Emerson Ari Reichert (PT) - ex-Prefeito de Ipira e empresário (mandado de busca e apreensão)
Edson Bez de Oliveira (MDB) - ex-Deputado Federal e empresário (mandado de busca e apreensão)
Mauro Francisco Risso (MDB) - Prefeito Municipal de Jardinópolis (mandado de busca e apreensão).
FUNDRAISING
A operação foi intitulada com "Fundraising", expressão em inglês que se refere a uma metodologia que visa desenvolver processos para facilitar a captação de recursos.
Na primeira etapa, deflagrada em setembro de 2023, 16 mandados de busca e apreensão foram cumpridos pelo GAECO em Florianópolis, Itajaí, Blumenau, Gravatal e Brasília.
GAECO E GEAC
O GAECO é uma força-tarefa composta, em Santa Catarina, pelo Ministério Público, Polícia Militar, Polícia Civil, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Penal, Receita Estadual e Corpo de Bombeiros Militar, e tem como finalidade a identificação, prevenção e repressão às organizações criminosas.
O GEAC é um grupo de membros do Ministério Público de Santa Catarina que atua em investigações e ações judiciais de combate à corrupção, cujos fatos revelem maior gravidade ou complexidade.