A partir de 1º de agosto, entra em vigor nos Estados Unidos uma nova tarifa de 50% sobre todos os produtos importados do Brasil como parte de um pacote mais amplo que inclui o mesmo percentual para o cobre e elevações graduais para outros países.
Trata-se de um movimento com motivações políticas e econômicas, mas cujos reflexos são práticos — e custosos — para quem empreende no mundo real.
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Empresários brasileiros que exportam para o mercado americano — de alimentos a autopeças, passando por aço, têxteis e tecnologia — sentirão de forma direta a perda de competitividade.
Um produto que custava US$ 100 agora chega ao cliente americano por US$ 150. Nesse cenário, o concorrente de outro país (não atingido pela tarifa ou com menor alíquota) passa a ser mais atrativo, mesmo entregando qualidade inferior.
Essa mudança drástica exige ajustes urgentes. O exportador brasileiro que construiu presença no mercado dos EUA com esforço e constância agora precisa repensar preços, logística, canais de venda e até o portfólio. E tudo isso num ambiente em que o custo do frete, o câmbio e a política comercial americana mudam com velocidade.
Não se trata aqui de julgar se a medida é certa ou errada do ponto de vista geopolítico. O ponto é que, mais uma vez, a conta de decisões tomadas em altos gabinetes recai sobre quem produz, emprega e assume risco. O empresário — sobretudo o de médio porte — opera num tabuleiro onde as regras do jogo mudam sem aviso.
O que fazer?
• Mapear os produtos mais afetados e buscar alternativas de destino.
• Reavaliar contratos com distribuidores e tentar dividir os impactos da tarifa.
• Explorar acordos comerciais em blocos como Europa e América Latina.
• E, se possível, atuar institucionalmente — por meio de entidades de classe — para pressionar por respostas diplomáticas e medidas compensatórias.
Tarifas como essa funcionam como um imposto indireto sobre a produção brasileira. E nos lembram, mais uma vez, que em tempos de incerteza global quem não se adapta — quebra.
Vivemos em uma época em que o sucesso é medido por curtidas, crescimento explosivo e frases de efeito. Mas na vida real — especialmente nos negócios — a história costuma ser outra. Crescimento de verdade é feito no silêncio, com disciplina, estratégia e decisões consistentes. E é aí que entra a sabedoria do velho ditado: “de grão em grão, a galinha enche o papo”.
Essa expressão popular, que muitos repetem sem dar muita atenção, carrega uma lição valiosa: não é sobre o tamanho do passo que você dá, mas sobre a direção e a constância.
No mundo empresarial, vemos todos os dias empreendedores frustrados porque ainda “não chegaram lá”. Mas o que chamam de lentidão muitas vezes é o tempo necessário para construir algo sólido e duradouro.
A cada cliente conquistado, processo ajustado, equipe treinada ou melhoria feita, você está adicionando mais um “grão” ao seu negócio. E por mais pequeno que ele pareça, ele conta. É justamente esse acúmulo de pequenos acertos que faz a diferença no longo prazo.
Enquanto alguns esperam pelo momento perfeito para dar um salto, outros estão ali, dia após dia, colocando tijolo sobre tijolo. Quando o tempo passa, é fácil perceber quem construiu uma base firme — e quem só apostou na pressa.
Em vez de buscar atalhos, foque em fazer o básico bem feito, todos os dias. Aprenda com os erros, ajuste a rota, celebre pequenas conquistas. Porque, no final das contas, é assim mesmo: de grão em grão, se constrói um negócio de verdade.
Todo mundo quer um time de alta performance. Mas poucos estão dispostos a pagar o preço.
Treinar pessoas dá trabalho. Exige tempo, energia, paciência e, principalmente, constância.
Exige parar tudo, sair da operação e olhar para quem faz o resultado acontecer. E isso custa caro. Mas sabe o que custa ainda mais? Um time mal treinado.
Gente boa, sem treinamento, vira problema.
Gente mediana, com bom treinamento, vira solução.
Gente excelente, bem treinada, vira diferencial competitivo.
Empresas que crescem são aquelas que não terceirizam a formação de seus talentos. Elas criam cultura, formam lideranças, corrigem rotas e mantêm o time afiado.
Alta performance não é ter um craque e dez carregando o piano. É ter um time inteiro comprometido, treinado, alinhado e em constante evolução.
E é por isso, por exemplo, que no próximo sábado, dia 28, vamos realizar o 1º Hold Summit com o tema: “Nosso próximo nível: pessoas, propósito e performance”.
Será um dia inteiro dedicado aos mais de 50 colaboradores da Hold Contabilidade, com palestras técnicas, conversas sobre excelência, dinâmicas, alinhamento de metas e premiações.
Porque manter a excelência exige disciplina.
E nós escolhemos o caminho mais difícil — o de continuar melhorando, juntos.
Empreender é um ato de amor. A gente começa com a mão na massa, cuidando de cada detalhe, atendendo pessoalmente os clientes, garantindo que tudo saia perfeito. Com o tempo, o negócio cresce. Cresce tanto que já não dá mais para estar em todas as frentes. E aí vem uma dor silenciosa, que poucos comentam: a dor de delegar.
Recentemente, tenho sentido isso na pele. Em muitas das minhas empresas, já não estou mais na linha de frente. E, confesso, isso me incomoda. Me pego, às vezes, frustrado ao ver algo que não foi feito como eu faria. Porque eu vejo o cliente como um tesouro. Porque sei que o resultado poderia ter sido ainda melhor com aquele meu capricho extra, com aquele cuidado que só quem sente a empresa na alma consegue ter.
Mas também sei que esse pensamento é uma armadilha.
Delegar dói. Porque envolve abrir mão de controle. Porque exige confiar. Porque quem executa pode errar - e vai errar. São pessoas. Cada uma com seu ritmo, seus limites, sua forma de enxergar o trabalho. E mesmo que você treine, acompanhe, oriente… nunca será 100% como você faria. E tudo bem.
Hoje, mais do que tentar controlar tudo, meu foco é formar pessoas. Criar cultura. Ensinar pelo exemplo. Mostrar o porquê do cuidado com o cliente, e não apenas o como. Porque é isso que sustenta uma empresa de verdade: um time que entende o propósito, mesmo que cada um tenha seu jeito.
Empreender não é fazer tudo sozinho. É construir algo que funcione mesmo quando você não estiver por perto. E isso exige maturidade, paciência... e uma dose de dor. Mas também traz liberdade. E, com o tempo, orgulho de ver o negócio crescendo pelas mãos de outros - mas com a essência que você plantou lá atrás.
Esses dias, conversando sobre inteligência artificial e o uso do ChatGPT no dia a dia dos negócios, surgiu uma frase que ficou martelando na cabeça: “Você sabe aquilo que você não sabe?”. Parece pegadinha filosófica, mas é uma pergunta essencial para quem empreende.
No mundo empresarial, a gente toma dezenas de decisões por dia. Algumas são baseadas em dados, outras na experiência, e muitas — sejamos honestos — no instinto. Mas quando usamos ferramentas como a IA para ajudar nessas escolhas, um novo tipo de risco aparece: o risco de confiar cegamente em algo que parece certo, mas não é.
A inteligência artificial pode ser uma aliada incrível. Ela organiza informações, acelera análises, sugere caminhos. Mas ela não pensa, não valida, e principalmente: não sabe se você está perguntando certo. E aqui mora o perigo.
Em negócios, confiar 100% em algo que você não domina é como seguir um GPS sem saber onde está — ele pode estar te levando para o mar. E o que torna isso mais grave? É que, muitas vezes, você nem percebe que não sabe o que está faltando saber.
É o famoso “não sei que não sei”. E isso é mais comum do que parece. Em uma empresa, ele se traduz em decisões mal embasadas, estratégias copiadas sem contexto, planilhas que ninguém auditou, contratos sem leitura cuidadosa e por aí vai.
Por isso, o empreendedor precisa cultivar uma habilidade rara: a consciência da própria ignorância. Quem sabe que não sabe, pergunta, valida, consulta um especialista, investiga. Quem acha que sabe, mas não sabe… quebra.
IA, planilhas, dashboards, consultorias, livros — tudo isso é ferramenta. Mas nenhuma substitui o bom senso, a responsabilidade pela decisão e, principalmente, a humildade em reconhecer os próprios limites.
No fim das contas, não é a IA que vai errar. É você. A responsabilidade continua sendo sua. A ferramenta ajuda, mas a cabeça que pensa, questiona e valida precisa ser a sua — ou da sua equipe.
Empreender, afinal, é mais sobre fazer boas perguntas do que ter todas as respostas. E talvez a mais poderosa delas continue sendo: você sabe aquilo que você não sabe?
Empreendedorismo e negócios
Empreendedor de sucesso, o colunista compartilha sua experiência e conhecimento para facilitar a vida de quem atua no mundo dos negócios