Em 2024, o PIX foi alvo de uma das maiores ondas de desinformação dos últimos tempos. Bastou a publicação de uma instrução normativa da Receita Federal, que ampliava o monitoramento de movimentações financeiras, para que surgisse a narrativa de que o governo passaria a “cobrar imposto sobre cada transação no PIX”. A reação foi imediata: protestos nas redes, mal-entendidos em grupos de WhatsApp e uma enxurrada de crítica.
No fim das contas, não havia nenhum novo tributo. Tratava-se apenas de um ajuste na obrigação de comunicação via e-Financeira — que, diante da polêmica, acabou sendo revogado poucos dias depois.
Passado um ano, o tema volta à pauta. Em agosto de 2025, a Receita Federal publicou uma nova norma que não mexe no bolso diretamente, mas muda o cenário regulatório. Agora, fintechs e instituições de pagamento foram equiparadas aos bancos tradicionais e passam a ter que prestar informações detalhadas sobre movimentações de seus clientes. Isso vale quando os valores ultrapassam R$ 2.000 por mês no caso de pessoas físicas e R$ 6.000 mensais no caso de pessoas jurídicas. Não se trata de tributação, mas de fiscalização reforçada. O objetivo declarado é fechar brechas usadas para lavagem de dinheiro, especialmente após operações da Polícia Federal que identificaram o uso de carteiras digitais por organizações criminosas.
Na prática, o PIX continua gratuito e sem impostos. O que muda é a transparência: se antes apenas bancos e grandes instituições financeiras tinham de enviar dados à Receita, agora também empresas de tecnologia financeira entram nesse radar. Em termos técnicos, não há novidade no instrumento; mas em termos de alcance, é uma mudança significativa. O “cerco” se fecha não sobre o cidadão comum que paga suas contas no dia a dia, mas sobre o universo das transações que movimentam volumes acima desses limites.
É natural que parte da sociedade olhe com desconfiança. Afinal, a lembrança da polêmica de 2024 ainda é recente, e muitos associam a palavra “fiscalização” à ideia de novos tributos. Mas é importante separar as coisas: a Receita não está criando um imposto sobre o PIX, e sim ampliando o controle sobre a movimentação financeira no sistema. Pode-se discutir se isso é positivo ou não, mas o fato é que o Estado, cada vez mais digital, acompanha o ritmo das transações eletrônicas.
O episódio deixa uma lição importante: informação é a melhor arma contra o ruído. No ano passado, o boato de tributação mobilizou milhões de pessoas sem que houvesse base legal para isso. Agora, a mudança é real, mas tem natureza distinta: não pesa no bolso diretamente, mas aumenta a visibilidade das operações. Para o cidadão que cumpre suas obrigações, a regra não traz impacto imediato.
Há ditados populares que carregam uma sabedoria maior do que muitos tratados de economia. “Dinheiro não aceita desaforo” é um deles. O sentido é claro: o dinheiro precisa ser respeitado, bem administrado e usado com consciência. Do contrário, ele simplesmente escorre pelos dedos. E quantas vezes não vemos isso acontecer, tanto na vida pessoal quanto no mundo dos negócios?
Muitos acreditam que ganhar mais é a solução para todos os problemas financeiros. Mas não adianta aumentar a receita se a despesa cresce no mesmo ritmo ou até mais rápido. É como encher um balde furado: quanto mais entra, mais sai. O respeito pelo dinheiro está justamente na forma como o tratamos no dia a dia, seja com planejamento, seja evitando desperdícios, seja aprendendo a dizer “não” a tentações que comprometem o futuro.
Esse ditado também fala de responsabilidade. O dinheiro é uma ferramenta poderosa para realizar sonhos, garantir segurança e criar oportunidades. Mas, quando mal utilizado, vira fonte de dor de cabeça, dívidas e estagnação. É como uma planta que precisa de cuidados constantes: se esquecemos de regar, ela seca; se exageramos na água, ela apodrece. Com o dinheiro não é diferente: exige equilíbrio, atenção e disciplina.
Nas empresas, o “desaforo” costuma aparecer em decisões tomadas no impulso, na falta de controle dos custos, em investimentos mal analisados ou na ausência de acompanhamento das finanças. Na vida pessoal, ele aparece nas compras por status, nos parcelamentos intermináveis e na falta de reservas para emergências. Em ambos os casos, a conta sempre chega.
Tratar o dinheiro com respeito não significa ser mesquinho, mas sim ter consciência. É gastar com sabedoria, investir com estratégia e poupar com constância. Quem compreende isso constrói patrimônio e tranquilidade. Quem ignora, acaba vivendo de susto em susto, esperando um milagre financeiro que nunca vem.
O ditado é um lembrete para todos nós: o dinheiro não aceita desaforo, não tolera descuido, não perdoa desorganização. Ou você cuida bem dele, ou ele vai embora. E quando ele vai, leva junto oportunidades, estabilidade e, muitas vezes, a paz de espírito.
Vivemos tempos de grandes desafios e incertezas políticas e econômicas no Brasil. Enquanto a reforma tributária permanece indefinida, empreendedores precisam navegar por mares turbulentos, aproveitando as dificuldades como oportunidades únicas de crescimento e inovação. A instabilidade econômica e política afeta diretamente o cotidiano empresarial, dificultando decisões estratégicas e criando um ambiente de negócios bastante incerto.
A indefinição em torno da reforma tributária amplia a insegurança jurídica e econômica, mas também abre portas para inovação e adaptação estratégica. Empresas que estiverem bem preparadas poderão sair fortalecidas deste período desafiador.
Para navegar com sucesso em tempos difíceis, é fundamental diversificar receitas, manter reservas financeiras sólidas, controlar rigorosamente o fluxo de caixa e investir em automação e eficiência operacional. Além disso, buscar consultorias especializadas em planejamento tributário preventivo pode fazer toda a diferença.
Mesmo diante das adversidades, empreendedores têm oportunidades para crescer. Explorar nichos menos impactados pelas incertezas, desenvolver soluções inovadoras e fortalecer parcerias estratégicas são caminhos eficazes para manter a estabilidade e expandir negócios.
A resiliência e a capacidade de adaptação rápida são qualidades essenciais para enfrentar a incerteza. Estar sempre preparado e atento às mudanças permite transformar desafios com vantagens competitivas. Navegar por mares revoltos, como o atual cenário brasileiro, exige coragem, planejamento e visão estratégica.
Enquanto aguardamos uma reforma tributária definitiva, empreendedores que adotarem postura proativa, resiliente e inovadora certamente alcançarão crescimento e sucesso, independentemente das tempestades.
A partir de 1º de agosto, entra em vigor nos Estados Unidos uma nova tarifa de 50% sobre todos os produtos importados do Brasil como parte de um pacote mais amplo que inclui o mesmo percentual para o cobre e elevações graduais para outros países.
Trata-se de um movimento com motivações políticas e econômicas, mas cujos reflexos são práticos — e custosos — para quem empreende no mundo real.
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Empresários brasileiros que exportam para o mercado americano — de alimentos a autopeças, passando por aço, têxteis e tecnologia — sentirão de forma direta a perda de competitividade.
Um produto que custava US$ 100 agora chega ao cliente americano por US$ 150. Nesse cenário, o concorrente de outro país (não atingido pela tarifa ou com menor alíquota) passa a ser mais atrativo, mesmo entregando qualidade inferior.
Essa mudança drástica exige ajustes urgentes. O exportador brasileiro que construiu presença no mercado dos EUA com esforço e constância agora precisa repensar preços, logística, canais de venda e até o portfólio. E tudo isso num ambiente em que o custo do frete, o câmbio e a política comercial americana mudam com velocidade.
Não se trata aqui de julgar se a medida é certa ou errada do ponto de vista geopolítico. O ponto é que, mais uma vez, a conta de decisões tomadas em altos gabinetes recai sobre quem produz, emprega e assume risco. O empresário — sobretudo o de médio porte — opera num tabuleiro onde as regras do jogo mudam sem aviso.
O que fazer?
• Mapear os produtos mais afetados e buscar alternativas de destino.
• Reavaliar contratos com distribuidores e tentar dividir os impactos da tarifa.
• Explorar acordos comerciais em blocos como Europa e América Latina.
• E, se possível, atuar institucionalmente — por meio de entidades de classe — para pressionar por respostas diplomáticas e medidas compensatórias.
Tarifas como essa funcionam como um imposto indireto sobre a produção brasileira. E nos lembram, mais uma vez, que em tempos de incerteza global quem não se adapta — quebra.
Vivemos em uma época em que o sucesso é medido por curtidas, crescimento explosivo e frases de efeito. Mas na vida real — especialmente nos negócios — a história costuma ser outra. Crescimento de verdade é feito no silêncio, com disciplina, estratégia e decisões consistentes. E é aí que entra a sabedoria do velho ditado: “de grão em grão, a galinha enche o papo”.
Essa expressão popular, que muitos repetem sem dar muita atenção, carrega uma lição valiosa: não é sobre o tamanho do passo que você dá, mas sobre a direção e a constância.
No mundo empresarial, vemos todos os dias empreendedores frustrados porque ainda “não chegaram lá”. Mas o que chamam de lentidão muitas vezes é o tempo necessário para construir algo sólido e duradouro.
A cada cliente conquistado, processo ajustado, equipe treinada ou melhoria feita, você está adicionando mais um “grão” ao seu negócio. E por mais pequeno que ele pareça, ele conta. É justamente esse acúmulo de pequenos acertos que faz a diferença no longo prazo.
Enquanto alguns esperam pelo momento perfeito para dar um salto, outros estão ali, dia após dia, colocando tijolo sobre tijolo. Quando o tempo passa, é fácil perceber quem construiu uma base firme — e quem só apostou na pressa.
Em vez de buscar atalhos, foque em fazer o básico bem feito, todos os dias. Aprenda com os erros, ajuste a rota, celebre pequenas conquistas. Porque, no final das contas, é assim mesmo: de grão em grão, se constrói um negócio de verdade.
Empreendedorismo e negócios
Empreendedor de sucesso, o colunista compartilha sua experiência e conhecimento para facilitar a vida de quem atua no mundo dos negócios