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COTIDIANO

Enchente de 74: após 50 anos, lideranças seguem em busca de soluções para redragagem do Rio Tubarão

Quase 200 pessoas morreram durante a enchente ocorrida em 24 de março de 1974

Tubarão , 24/03/2024 09h44 | Atualizada em 24/03/2024 09h44 | Por: Redação Folha Regional

Neste domingo, dia 24, Tubarão completa 50 anos de reconstrução após ser devastada pela maior enchente do século 20 registrada na cidade.

Também era um domingo, dia 24 de março de 1974, os bairros continuavam alagados, mas o nível do rio estava estabilizado. No fim da tarde, a chuva voltou com a mesma intensidade da noite anterior. Durante a noite, até mesmo os moradores das áreas pouco inundadas, sentiram repentinamente a água invadir as casas e a correnteza se tornar mais forte.

Há relatos de pessoas que dormiam e acordaram com os pés na água. Muitos subiram para os telhados das residências, e outros que foram levados junto com as casas. A partir das 21h, a energia elétrica estava interrompida e os telefones encontravam-se mudos. Ao clarear da segunda-feira, dia 25, Tubarão estava isolada e sem comunicação, e as chuvas permaneciam de forma intensa.

Um único helicóptero fazia os trabalhos de resgate, sobrevoando as casas cujo os telhados ainda apareciam acima da água, onde pessoas agitavam panos coloridos a espera de serem salvas. 

Oficialmente 199 corpos foram identificados, mas devido a tecnologia precária da época, não é descartada a hipótese de que mais mortes em decorrência da enchente aconteceram sem ser identificados. A enchente elevou o nível do rio acima dos 10 metros e causou cerca de 2 bilhões de dólares em prejuízos.

Estimada em R$ 550 milhões, redragagem do Rio Tubarão segue em debate

A redragagem do Rio Tubarão é uma das obras que estão em debate há décadas. Sua realização é o principal apelo que o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Tubarão e Complexo Lagunar reforça entre tantas outras demandas pela gestão dos recursos hídricos na bacia composta por 22 municípios. 

De acordo com o presidente do comitê, Woimer José Back, em torno de um terço da capacidade de escoamento do Rio Tubarão está comprometida por conta de materiais sólidos depositados no fundo do rio. Com isso, dependendo do local da bacia em que uma concentração de chuvas em volume elevado é registrada, as cheias acontecem com mais frequência.

“Ou seja, é uma região de risco e sempre vamos conviver com essa ‘nuvem’. Por isso a necessidade de viabilizarmos o mais rápido possível a redragagem e, em paralelo, também já buscarmos outras alternativas que venham a contribuir com a situação, como a criação de canais extravasores para retirar o excesso das águas quando elas vêm de forma concentrada”, afirma. 

E este planejamento, conforme o presidente, precisa ser realizado com a contribuição de todos os municípios da bacia, não somente de Tubarão.

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Seminário resgata memória e debate ações preventivas

Após 50 anos da trágica enchente do Rio Tubarão, o receio de novas cheias ainda assombra a população. Há mais de uma década o assunto tem sido debatido em um seminário criado para relembrar a enchente e planejar ações de prevenção. Nesta segunda-feira, dia 25, esse seminário chega em sua 15ª edição. 

O evento aberto ao público, ocorre a partir das 8h30, na sede da Amurel, com a presença lideranças locais, deputados e secretários estaduais. No evento, serão discutidos temas como a busca por investimentos para ações preventivas, encaminhamentos para a redragagem do Rio Tubarão, entre outros assuntos relacionados ao tema.

O presidente do Comitê Tubarão e Complexo Lagunar, Woimer José Back, enfatizará a implantação de atos efetivos para evitar cheias em momentos críticos e o trabalho em conjunto com os municípios, para estimular a implementação de defesas civis.

“Procuramos lembrar e mobilizar a sociedade e agentes públicos para que não volte a ocorrer uma tragédia como aquela. Envolver autoridades municipais e estaduais, bem como os membros do Comitê e sociedade, é de extrema importância para que o assunto seja de conhecimento de todos. É sempre uma oportunidade de conscientizar mais pessoas, buscar avanços com os poderes públicos e conseguir investimentos para a prevenção”, enfatiza Back. 

Para o prefeito de Tubarão, Jairo Cascaes, o seminário é de grande valia para a sociedade. “Encontros que abordam estas temáticas são sempre muito válidos. Envolver autoridades e profissionais de diferentes segmentos serve para contribuir com as ações de prevenção de novos eventos como os que já tivemos em Tubarão”, afirma.

Programação 

Em um primeiro momento, o secretário-executivo do Comitê Tubarão e Complexo Lagunar, Rafael Marques, contará a história das inundações do Rio Tubarão. Posteriormente, haverá a posição da Comissão de Acompanhamento dos Projetos de Contenção de Cheias, com seu coordenador, Claudemir Souza dos Santos, juntamente com o presidente do Comitê, Woimer José Back.

Em seguida, haverá a manifestação dos representantes do governo do Estado e dos deputados estaduais da Bancada Sul. Por fim, o secretário de Proteção e Defesa Civil de Tubarão, Diego Goulart, apresentará o Plano de Contingência do município. 

Plano de Contingência é apresentado em audiência pública

O Plano de Contingência, que orienta as ações de preparação e resposta a um determinado cenário de risco, caso um evento adverso venha a se concretizar novamente em Tubarão foi apresentado na sexta-feira, dia 22, em uma audiência pública realizada na Câmara de Vereadores.

O plano reúne situações de segurança, evacuação, abrigos de emergência, comunicação e outras áreas relevantes que serviriam de guia ao Poder Público e demais agentes colaboradores durante um evento como, por exemplo, enchente ou vendaval. Feita a apresentação da versão final do documento, o plano será oficializado na próxima semana através de decreto do prefeito Jairo Cascaes. A partir daí, estará disponível de maneira permanente no site da Prefeitura de Tubarão.

O Plano de Contingência Municipal (Plancon) teve como idealizadores vários membros do Grupo de Ações Coordenadas (GRAC), formado por representantes de diversas entidades civis e militares de Tubarão, entre elas a Prefeitura, por meio da Secretaria de Proteção e Defesa Civil, órgão que organizou e conduziu a audiência pública. O prefeito Jairo Cascaes participou da abertura do evento.

Durante 20 dias o esboço do plano ficou disponível para consulta pública da população. Nesta audiência pública na câmara, o documento foi questionado por vereadores e representantes de diversos órgãos. Coube ao secretário de Proteção e Defesa Civil Diego Goulart responder à maioria dos questionamentos.

A versão final do plano teve apenas uma pequena alteração em relação ao documento que ficou disponível para consulta da população. Trata-se da inclusão da Secretaria de Desenvolvimento Social em uma circunstância do total de 58 páginas do plano.

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