Quarta-feira, 18 de dezembro de 2024
Tubarão
26 °C
16 °C
Fechar [x]
Tubarão
26 °C
16 °C
COTIDIANO

Leite Compensado: veja quais são as marcas adulteradas com soda cáustica e água oxigenada

Produtos contaminados foram distribuídos em escolas e até exportados para a Venezuela; cinco pessoas foram presas no Rio Grande do Sul

17/12/2024 16h48 | Atualizada em 17/12/2024 16h49 | Por: Redação Folha Regional

A empresa envolvida na Operação Leite Compen$ado, acusada de utilizar produtos vencidos, soda cáustica e água oxigenada na fabricação de seus produtos, é a Dielat. O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) manteve o nome em sigilo por decisão judicial. A informação é da rádio CBN.

Em seu site oficial, a Dielat se apresenta como uma "empresa familiar" que busca "produzir produtos de qualidade, inovando para e atendendo toda a legislação onde a segurança alimentar."

:: Saiba mais

Leite Compensado: Operação do MP identifica leite com soda cáustica, água oxigenada e até pelos

No entanto, esta não é a primeira vez que a empresa é punida por falhas nos protocolos de biossegurança. Somente nos últimos dois anos, a Dielat recebeu 16 sanções do Ministério da Agricultura, com interdições de instalações, suspensões de atividades e autuações por fraude de registros e embaraço à fiscalização.

Na operação realizada, os oficiais encontraram produtos vencidos que seriam utilizados na fabricação dos alimentos, além de "pelos indefinidos" e pontos de sujeira dentro de embalagens.

Vale lembrar que o consumo de leite fora da validade já oferece risco à saúde e pode causar intoxicação provocada por diferentes bactérias, como a salmonela, por exemplo. Porém, a presença destas substâncias na bebida é ainda mais preocupante, uma vez que são altamente tóxicas e possuem, inclusive, potencial carcinogênico.

Conheça a Dielat, empresa envolvida na Operação Leite Compen$ado

Sediada em Taquara, a 80 quilômetros de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, a Dielat Indústria e Comércio de Laticínios atua desde 15 de junho de 2016 no mercado. Em 2018, passou por uma restruturação interna e hoje conta com cerca de 75 colaboradores.

Com produtos distribuídos em todo o Brasil e também na Venezuela, com as marcas Mega Milk, Cootall, Mega Lac e Tentação. Além do leite longa vida, a empresa também possui em seu catálogo leite em pó, soro de leite em pó e opções de compostos lácteos, utilizados como substituto do leite em preparos culinários.

Para o varejo, a empresa comercializa o leite em pó integral e o longa vida nas versões integral, desnatado e semidesnatado da marca Mega Milk. É possível encontrar na internet uma caixa com doze unidades de um litro sendo vendida a R$ 40,68.

Os compostos lácteos da Mega Lac e da Tentação, além do varejo, também eram destinados a empresas do setor "food service". Em seu site, a Dielat diz desenvolver "produtos práticos e versáteis, para restaurantes, pizzarias, sorveterias, cozinhas industriais, padarias e confeitarias, lanchonetes, hotéis, escolas, redes de fast food, hospitais e órgãos governamentais". A terceira linha, focada na indústria de alimentos, tem itens da marca Cootall, o composto lácteo da Tentação em outra embalagem, e novas versões do composto lácteo da Mega Lac, o Especiale, o Premium, o Mix, o Tradicionale e o Pop.

A fábrica também oferecia um serviço personalizado para produzir lácteos de "pequenas e médias empresas" que buscassem "eliminar elos na cadeia produtiva, aumentar a sua margem de lucro e repassar uma parte da economia ao consumidor, oferecendo produto com excelência". A Dietlat não informa quantos e quais clientes utilizam sua fábrica atualmente.

‘Mago do Leite’ adulterava laticínios com compostos químicos perigosos

De acordo com o promotor de Justiça Alcindo Luz Bastos da Silva Filho, a soda cáustica era usada para ajustar o pH do leite, mascarando a acidez e tornando o produto adulterado indetectável em análises rápidas. A água oxigenada, por sua vez, servia para eliminar micro-organismos e recuperar produtos em estado de deterioração.

“Além de aprimorarem as fórmulas para adulteração, também aprimoraram as práticas criminosas”, afirmou o promotor. Ele alertou para os riscos à saúde, destacando que a soda cáustica pode conter metais pesados, alguns cancerígenos. A fraude foi encontrada em leite UHT, leite em pó, compostos lácteos e soro de leite.Os acusados, incluindo o chamado “Mago do Leite”, utilizavam códigos como “vitamina” e “receita” para disfarçar as irregularidades. Também foram identificadas práticas como o reprocessamento de compostos lácteos vencidos.

A fábrica, além de fornecer para escolas, venceu recentemente uma licitação para distribuir laticínios em municípios de São Paulo. A operação do MPRS segue em curso, com novas diligências para mapear a extensão da fraude e identificar os responsáveis.

 

Folha Regional

Rua José João Constantino Fernandes, 131, São Clemente - Tubarão (SC) - CEP: 88706-091

Folha Regional © Todos os direitos reservados.
Demand Tecnologia
WhatsApp

Utilizamos cookies para oferecer melhor experiência, melhorar o desempenho, analisar como você interage em nosso site e personalizar conteúdo. Ao utilizar este site, você concorda com o uso de cookies.

Ok, entendi!