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Voluntárias de Jaguaruna produzem acessórios para a campanha Dignidade Menstrual do TJSC

As alunas do curso de costura da escola móvel do Senai confeccionaram mais de 100 nécessaires para colocar absorventes que serão doados às adolescentes em vulnerabilidade na região sul

Jaguaruna, 25/05/2023 11h31 | Atualizada em 26/05/2023 08h14 | Por: Redação Folha Regional
Divulgação/Folha Regional

“Foi muito gratificante participar deste projeto”, diz Célia Pereira Platen. Aos 52 anos, a moradora de Balneário Camacho, em Jaguaruna, decidiu fazer o curso de costureiro industrial do vestuário, disponível na escola móvel do Senai, e ali descobriu uma nova oportunidade de aprender e praticar a solidariedade. 

Ela é uma das cerca de 35 alunas do curso que foram escolhidas pelo Senai para contribuírem com a campanha Dignidade Menstrual. 

A ação é promovida pelo Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) em parceria com algumas entidades que desenvolvem o programa Novos Caminhos como Fiesc/Sesi/Senai, Faesc/Senar e Fecomércio/Sesc.

De acordo com a Interlocutora de Responsabilidade Social da Fiesc nas regionais Sul e Litoral Sul, Cintia Nowasco, a ideia surgiu após terem recebido alguns kits de absorventes para doação dentro de nécessaires no ano passado. “Percebemos como ficou organizado e discreto para levar o absorvente, principalmente para as adolescentes, e resolvemos compartilhar a ideia com as alunas da escola móvel de Jaguaruna, que toparam a proposta”, conta. 

Com retalhos doados pela indústria têxtil, as novas costureiras das duas turmas do curso em Jaguaruna iniciaram o processo de confecção das nécessaires.

Mais de 100 nécessaires foram confeccionadas e estão prontas para doação às adolescentes em acolhimento nas regiões da Amurel, Amrec e Amesc. 

Campanha Dignidade Menstrual

O Tribunal de Justiça de Santa Catarina lançou a 2ª edição da campanha "Dignidade Menstrual" no início deste mês de maio. Além de combater a desinformação e dar visibilidade ao tema, a iniciativa arrecada absorventes descartáveis que serão destinados às mulheres em situação de vulnerabilidade social. A 1ª edição, no ano passado, arrecadou 81.566 absorventes. 

Segundo os dados de uma pesquisa realizada em 2021, 28% das mulheres brasileiras de baixa renda vivem o que é chamado de pobreza menstrual. A pobreza menstrual é caracterizada pela falta de acesso à higiene pessoal durante o período menstrual, por falta de recursos financeiros, de infraestrutura ou até de conhecimento.

De acordo com a desembargadora Hildemar Meneguzzi de Carvalho, à frente da Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar (Cevid), “o problema é agravado por variáveis que envolvem a desigualdade racial, social e de renda”. Uma família em situação de vulnerabilidade, por exemplo, tende a dedicar uma parte menor de seu orçamento para itens de higiene diante dos gastos com alimentação. O ato biológico de menstruar acaba sendo mais um fator de desigualdade de oportunidades entre os gêneros.

A campanha de arrecadação será feita até o dia 30 de junho. Já a distribuição será realizada de 3 a 7 de julho. Os parceiros do programa Novos Caminhos também aderiram à ação: Fiesc/Sesi/Senai, Faesc/Senar e Fecomércio/Sesc.

“Quero montar meu próprio ateliê”, diz aluna da escola móvel de Jaguaruna

Célia Pereira Platen, de 52 anos, que atualmente mora em Balneário Camacho, se prepara para participar da formatura do curso de costureiro industrial do vestuário, que encerrou ontem, dia 24, após três meses.

Ela conta que iniciou sem ter conhecimento do setor e agora pretende ter o próprio ateliê para confeccionar suas peças. “Comecei sem nem saber como colocar a agulha na máquina, mas me dediquei bastante e agora já estou até fazendo blazers para a minha filha que é advogada”, comenta a nova costureira.

Com a ajuda do marido, Célia adquiriu recentemente sua primeira máquina de costura overlock e planeja iniciar seu próprio negócio. “Já comprei a máquina, os moldes e quero fazer algumas peças para colocar para vender pela internet. Meu marido está montando um ateliê pra mim.”

Além da oportunidade de ter sua própria renda, a nova costureira destaca que o curso lhe proporcionou a chance de aprender e praticar a solidariedade. “Foi muito gratificante aprender e ainda poder fazer as necessaires para a campanha do poder judiciário e até almofadas e pijamas para os idosos. Ficaram maravilhosos”, diz. 

Com o encerramento do curso, os alunos participam da formatura no próximo dia 30 de maio. A escola móvel segue para a cidade de Araranguá com oferta de novos cursos. 
 

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