Negociação envolve pagamento do complemento do piso da enfermagem e outros problemas trabalhistas na unidade de Criciúma
Os trabalhadores do Hospital Materno Infantil Santa Catarina, em Criciúma, permanecem em alerta enquanto aguardam a formalização de um acordo coletivo com o Instituto Ideas, responsável pela gestão da unidade. O impasse central diz respeito ao pagamento do complemento do piso da enfermagem, que gera um prejuízo mensal de cerca de R$ 300 por trabalhador.
A greve foi aprovada em assembleia pelo Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Saúde de Criciúma e Região (Sindisaúde), mas está suspensa enquanto a minuta do acordo é analisada e assinada.
Em entrevista ao Jornal da Guarujá, o presidente do sindicato, Cléber Ricardo da Silva Cândido, explicou que a administração do hospital só aceitou negociar após a aprovação da greve.
“A situação é preocupante. Nos últimos dias houve descumprimento convencional, trazendo prejuízo para os trabalhadores, próximo de R$ 300 por mês. Após debates sem resolução, aprovamos a greve, e então a direção aceitou negociar um acordo coletivo”, relatou.
Segundo Cândido, a minuta do acordo já foi enviada ao Instituto Ideas, e uma resposta deve ser dada até sexta-feira (17/10). Caso contrário, a greve poderá ser deflagrada imediatamente.
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O sindicalista destacou que os desafios enfrentados pelos trabalhadores incluem falta de espaço para descanso, escassez de funcionários, atraso no FGTS e salários atrasados de terceirizados. Segundo ele, essas dificuldades estão relacionadas ao modelo de gestão do Instituto Ideas, que segundo o sindicato, busca terceirizar funções e fragilizar direitos dos trabalhadores.
Além disso, o problema do complemento do piso da enfermagem está ligado à revisão do repasse federal após o reajuste do salário base. A solução negociada pelo sindicato previa que o complemento fosse pago como abono, fora do salário, evitando redução do repasse. Porém, o instituto incluiu o valor no salário base, gerando déficit de aproximadamente R$ 300 por trabalhador.
“Além da minuta do acordo, teremos que dialogar com o governo do Estado e a Secretaria de Saúde para resolver o impasse”, explicou Cândido.
O presidente do sindicato lembrou que a unidade já enfrentou problemas graves com administradoras anteriores, incluindo atraso no pagamento de rescisões e salários, reforçando a preocupação de que a situação se repita.
A expectativa é que o Instituto Ideas responda até sexta-feira, evitando a greve e permitindo que o acordo coletivo seja formalizado para garantir os direitos e a estabilidade dos trabalhadores da unidade.