Registro de três indivíduos raros na Serra do Itajaí evidencia desafios de preservação da fauna local
Veados albinos chamam atenção em SC e levantam debate sobre conservação - Foto: reprodução das redes sociais Desde o fim de 2024, moradores e pesquisadores da região do Parque Nacional da Serra do Itajaí, em Santa Catarina, têm registrado veados com albinismo, uma condição genética rara que impede a produção de pigmentos na pele e pelos. Um dos animais está sob cuidados no zoológico de Brusque devido a problemas de saúde.
Segundo a gestora do parque, Viviane Daufemback, foram registrados três indivíduos distintos entre dezembro de 2024 e julho de 2025 em municípios como Porto Verá, Indaial e Guabiruba. Pesquisadores apontam que a frequência desses registros está aumentando, mas ainda não há dados suficientes para confirmar se é um fenômeno raro ou apenas subnotificado.
“Com monitoramento sistemático da fauna, poderíamos entender melhor, mas parece que os indivíduos estão se mostrando mais nas bordas da floresta”, observa Viviane.
Veja também: Tubarão mais veloz do mundo é flagrado a poucos metros da areia em Santa Catarina
Com cerca de 57 mil hectares, o parque enfrenta pressões de áreas urbanas e privadas, tornando espécies como veados, queixadas e cutias vulneráveis à caça. A equipe realiza fiscalização e educação ambiental, mas alerta que a fragmentação do habitat compromete a sobrevivência da fauna.
“Estradas e áreas urbanas dificultam o deslocamento e reprodução das espécies sensíveis”, explica Viviane.
Um dos veados foi levado para o zoológico de Brusque e recebe cuidados veterinários. A condição genética provoca visão sensível à luz, bronquite e vulnerabilidade à camuflagem, exigindo manejo delicado para evitar estresse e acidentes durante transporte e cuidados.
O Guia de Manejo Emergencial de Cervídeos orienta procedimentos rápidos e silenciosos, preferindo caixas de madeira escuras a gaiolas metálicas, para minimizar riscos à saúde do animal.
Embora o albinismo não seja uma ameaça direta à espécie, ele pode indicar problemas genéticos devido à endogamia, resultado da redução populacional e do habitat fragmentado. O registro desses veados albinos reforça a necessidade de integração entre órgãos ambientais, zoológicos e comunidade, garantindo preservação e monitoramento constante da fauna local.
“O Parque Nacional é um refúgio importante, mas ainda cercado de pressões. Precisamos de mais consciência e cuidado para preservar essas populações”, conclui Viviane.
Siga-nos no Google notícias
